A intencionalidade pedagógica do Tempo de Estudo Autónomo pressupõe uma gestão cooperada do currículo e de organização democrática da sala de aula. É um tempo curricular privilegiado para o desenvolvimento da responsabilidade, autonomia e cooperação do grupo/turma. Um tempo de treino, estudo e superação de dificuldades que dá sentido às aprendizagens.
O aluno envolve-se e responsabiliza-se pelo seu percurso de aprendizagem pois:
Aprende a gerir o seu tempo;
A tomar consciência das suas áreas fortes e das suas dificuldades;
A assumir compromissos;
A autoavaliar e otimizar o seu desempenho.
A organização da sala de aula passa obrigatoriamente por um trabalho prévio do professor para preparação, recolha e diversificação dos materiais que servirão de suporte à aprendizagem e devem ser atualizados com regularidade.
O tempo de trabalho autónomo é uma sessão ativa em que se produz e trabalha. Podem ser sessões barulhentas (mais no início), mas os alunos vão aprendendo a regular os seus movimentos na sala de aula.
O Plano Individual de Trabalho (PIT) é o registo que operacionaliza efetivamente a diferenciação pedagógica porque, para além de permitir a cada aluno traçar o seu percurso de aprendizagem e organizar-se ao seu próprio ritmo, possibilita ao professor o acompanhamento dos alunos que mais precisam do seu apoio ou que o solicitam.
A auto e heteroavaliação contribuem para que os alunos se tornem mais responsáveis, mais autónomos e conscientes do que já fizeram e do que ainda lhes falta fazer. Esta construção do planeamento e da avaliação contínua e progressiva pressupõe que a autoavaliação progrida de forma dialógica. Há uma necessidade permanente de autoavaliar o trabalho que vai sendo realizado para ir regulando o cumprimento do plano individual de trabalho.
É um caminho que se constrói respeitando as escolhas de cada um, a liberdade de cada um para gerir o seu tempo e a liberdade de cada um ir fazendo o seu próprio caminho.